Arquivo da tag: ortodontia

O meu filho respira corretamente?

 A respiração bucal afeta negativamente o sorriso da criança. Afeta não só a face, mas também os seus dentes, as vias aéreas e sua postura.

Infelizmente a maioria dos pais não faz a menor idéia das consequências da respiração bucal no desenvolvimento facial.

Ainda que a respiração bucal na maioria das vezes seja em parte nasal e em parte bucal, uma sequência de distúrbios morfofuncionais, patológicos devem merecer a atenção de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar.

A respiração bucal é decorrente de obstrução nasal completa ou incompleta, uni ou bilateral. A longo prazo poderá apresentar prejuízos à saúde, muitas vezes irreversíveis se não diagnosticada e tratada precocemente.

A respiração pela boca pode causar alterações na face e desenvolvimento das arcadas dentárias que resultam em dentes apinhados pela falta de espaço, arcadas muito estreitas e uma mandíbula  muito para traz no perfil, além da constrição do nariz e garganta.

Passagens de ar estreitadas podem ainda dar origem ao ronco e apneia. Você observa o seu filho quando ele dorme?

          Mais de 50% das crianças de 4 anos de idade respiram pela boca a maioria do tempo! 

Características a serem observadas em crianças portadores de respiração bucal:

  • Língua com postura inadequada. Geralmente está muito baixa dentro da boca ou colocada entre os dentes ou para fora da boca;
  • Palato estreito e profundo (ogival);
  • Crianças que babam a noite, muitas vezes acordando com a boca seca;
  • Crianças irritadiças por noites mal dormidas que tem comportamento hiperativo ou sonolento com baixo desempenho escolar;
  • Olheiras, flacidez e bochechas caídas;
  • Crianças que evitam exercícios que exige maior esforço porque estão sempre cansadas;
  • Ruído durante a respiração e mastigação;
  • Narinas pouco desenvolvidas;
  • Face longa;
  • Alterações posturais. A cabeça inclina-se para frente para aumentar a passagem de ar e melhorar o fluxo respiratório. A projeção da cabeça favorece outras alterações na postura corporal prejudiciais a longo prazo.

Embora a respiração pela boca seja o fato que primeiro se vê, existe um outro problema igualmente importante associado a ela e com consequências igualmente graves – a atividade anormal da língua durante a deglutição.

Geralmente as crianças portadoras de respiração bucal crônica vão ter um padrão imaturo de deglutição, chamado de deglutição atípica.

A língua se projeta contra os dentes incisivos durante a deglutição e contrações muito fortes dos lábio e musculatura facial podem levar a uma deformação na arcada dentária. É muito comum aparecer uma mordida aberta na região anterior em decorrência disto. Além disto, o desequilíbrio funcional prejudica a qualidade da mastigação.                                                             O melhor que se pode fazer por estas crianças em um primeiro momento é fazê-las respirar melhor. A respiração nasal é a maneira mais efetiva de controlar a função anormal da língua.

Por isto, estas crianças precisam ter uma avaliação com o otorrinolaringologista e/ou alergista para avaliar as vias aéreas e a passagem de ar e estabelecer um tratamento o mais precocemente possível.

O médico definirá a melhor terapia para que esta criança respire pelo nariz.

             Quanto mais cedo se estabelecer a respiração pelo nariz melhor o potencial dos estímulos de crescimento sobre a face.

Após a remoção dos obstáculos mecânicos que causavam   impedimento da respiração livre, deve-se dar continuidade do atendimento do paciente, de forma que ele possa vivenciar o seu potencial de crescimento.

O Cirurgião Dentista especialista em Ortodontia e Ortopedia facial/ Ortopedia funcional deve então realizar a avaliação dentofacial.

A atuação precoce seja através de aparelhos ou não deverá ser orientada para corrigir a má oclusão (mordida), as alterações de crescimento subsequentes, ou simplesmente interromper o hábito de manter a boca aberta que se desenvolveu como consequência da respiração bucal.

Aparelhos de ortopedia funcional dos maxilares podem de forma eficaz estimular o crescimento e corrigir as deformidades dento-faciais, caso elas já estejam presentes.

Não estamos indiferentes à síndrome do respirador bucal. Nosso foco não é somente a tratar as alterações dento faciais que ela representa.

Por isso, antes de tudo, o mais importante é abordar aspectos que possam prevenir distúrbios trazidos pelas inadequações respiratórias.

Afinal, respirar é viver!

Bruxismo em Crianças

BRUXISMO EM CRIANÇAS

A avaliação das várias formas de bruxismo em crianças e adolescentes requer conhecimento da fisiopatologia desta parafunção, da etiologia e das comorbidades associadas. 

CONCEITO

Um grupo de experts definiu o bruxismo como uma atividade dos músculos mastigatórios que se caracteriza pelo apertamento e rangimento dos dentes. 

Pode se manifestar durante o sono, por isto, bruxismo do sono (BS) ou durante a vigília ou bruxismo em vigília (BV).

Durante a noite é comum a mandíbula se movimentar de forma abrupta ou repetitiva. Consideramos isto uma atividade parafuncional porque não faz parte da atividade funcional normal, tais como a fala, mastigação e deglutição. 

Durante o dia, o indivíduo acordado sustenta os dentes em contato fortemente. É considerado por alguns como um reflexo de proteção com implicações na saúde bucal. O bruxismo fisiológico neste caso tem um papel na manutenção da homeostase e manejo do estresse. 

PREVALÊNCIA

A prevalência do bruxismo do sono em crianças e adolescentes gira em torno de 8% a 38%, atingindo um pico entre 10 e 14 anos e  depois diminui até atingir a vida adulta.  

Pode se manifestar já no primeiro ano de vida de crianças,  logo após a chegada dos incisivos de leite. Os estudos não demonstram diferenças na prevalência com base no gênero. 

É bastante comum nos indivíduos com déficits intelectuais, desordens do espectro austista e síndrome de Down.  

Muitos fatores associados com crianças que fazem bruxismo tem associação com traços de personalidade, ansiedade, TDAH (transtornos do déficit de atenção com hiperatividade).  Crianças que fazem uso de medicação para estes transtornos têm maior ocorrência de bruxismo.

DIAGNÓSTICO

O bruxismo pode ser diagnosticado através do relatório dos pais, avaliação clínica, desgastes dentários, EMG (eletromiografia) e PSG (polissonografia). A EMG e a PSG entretanto, são exames importantes quando o quadro da criança inclui principalmente problemas respiratórios ou distúrbios do sono. 

CAUSAS DO BRUXISMO

A causa do bruxismo é multifatorial, ou seja, possui muitas causas.

Havia uma crença que o bruxismo é causado por problemas na oclusão dentária, ou seja, causados pela mordida. Entretanto, não há evidências científicas que apoiem esta afirmativa. Nem interferências dentárias ou fatores esqueléticos podem causar bruxismo. 

Assim nem todas as crianças com bruxismo têm interferências na mordida e nem todas com interferências dentárias têm bruxismo. 

Existe sim uma correlação entre bruxismo e obstrução das vias aéreas. 

Hiperplasia das tonsilas palatinas (amídalas) ou das adenoides causam obstrução das vias aéreas e podem levar a apnéia obstrutiva do sono. A respiração bucal é uma característica destas crianças. 

Estudos que compararam a incidência do bruxismo antes e depois da adenoidectomia em crianças com obstrução das vias aéreas relataram redução no bruxismo, embora ainda 24% ainda continuavam respiradores bucais. 

O bruxismo do sono também é mais prevalente em crianças com asma. 

A asma é considerada uma desordem inflamatória das vias aéreas semelhante à rinite alérgica dificultando o fluxo respiratório. 

Observa-se que o BS raramente ocorre sozinho. Pais de crianças com BS  queixam-se também de respiração predominante bucal.  Uma das teorias sugere que existe uma correlação entre bruxismo e apneia obstrutiva dos sono. 

Relata-se ainda que o bruxismo é mais intenso quando a criança dorme na posição supina, que é a posição que favorece a obstrução das vias aéreas. 

O bruxismo pode ser o resultado da imaturidade do sistema neuromuscular mastigatório, é mais frequente em crianças com distúrbios do sono, como ronco e apnéia obstrutiva do sono. 

O pensamento atual é que o bruxismo faz parte de uma resposta aos despertares.

Há uma mudança repentina na profundidade do sono no qual a criança atinge um estágio de sono mais leve ou acorda. Em adultos jovens mais de 8% do bruxismo do sono ocorre durante os estágios 1 e 2, da fase NREM ou fase de sono leve, e 5% a 10% na fase REM, fases de sono profundo.

Despertares frequentes definidos pelo aumento da atividade cardíaca e respiratória tendem a se repetir de 8 a 14 vezes por hora durante o sono. Isto sugere que há um mecanismo relacionado às transições dos estágios do sono que influenciam os neurônios motores e o bruxismo. 

Os episódios do bruxismo do sono costumam durar 4 segundos e ocorrem 6 vezes por hora. Na maioria das vezes no estágio 2 e fase REM do sono. Um estudo demonstrou que 60% dos episódios eram acompanhados por despertares e 40% das crianças estudadas tinham também problemas de comportamento. 

Embora seja controverso, o sistema dopaminérgico pode também ter um papel no bruxismo do sono. Por isto o uso a longo prazo de medicações que exerçam uma influência no sistema da dopamina como os antidepressivos, inibidores da recaptação de serotonina podem causar bruxismo. Da mesma forma, a hiperatividade também é associada com o bruxismo. O uso de anfetaminas usadas no manejo do TDAH podem ser fatores desencadeantes e torna-se um fator importante a se considerar no tratamento de crianças com bruxismo. 

SINAIS E SINTOMAS DO BRUXISMO

Atrição é uma erosão causada pela fricção. As superfícies dos dentes se tornam desgastadas com ângulos vivos.  

Os sintomas mais comuns na criança são dor nos músculos da mastigação. 

Em alguns casos podem aparecer sintomas de disfunção nas articulações temporomandibulares, dores de cabeça e sensibilidade nos dentes. O sintoma mais comum entretanto é o desgaste nos dentes, injúrias no periodonto, dentes fraturados e até pulpite.

 

A controversia com relação a associação entre o bruxismo e diferentes formas de disfunções na ATM deve-se ao fato de muitas vezes haverem sobreposição de sintomas na ATM, dores de cabeça e dores nos músculos da face. 

TRATAMENTO CLÍNICO

O tratamento ideal envolve um enfoque multidisciplinar destes pacientes e incluem pediatras, otorrinolaringologistas, cirurgiões dentistas e psicólogos, dependendo do caso. 

As comorbidades do bruxismo do sono envolvem problemas respiratórios, insônia, déficit de atenção e hiperatividade, depressão e refluxo gastroesofágico. 

Na presença de comorbidades é de responsabilidade do cirurgião dentista detectar os danos na saúde bucal dos pacientes e encaminhá-los para o profissional especializado.

O primeiro atendimento deve ser voltado para as questões de ordem médica e as repercussões na saúde da criança. 

Estudos com a utilização de dispositivos interoclusais (placas de resina) usados na maxila de adultos tem se mostrado bastante efetivos. Estudos demonstram que após 90 dias de uso, observa-se ausência de bruxismo, diminuição dos movimentos mandibulares e redução do ronco em 50%. Observa-se da mesma forma a eficácia destes aparelhos também em crianças. Entretanto, é importante que se alerte que as crianças estão em fase ativa de crescimento da face, das arcadas dentárias e ainda podem estar em uma fase intensa de trocas dentárias com dentes irrompendo.  

Os aparelhos melhor recomendados para esta fase são aqueles baseados nos princípios da Ortopedia Funcional dos Maxilares em que reduzem de forma eficaz o bruxismo e diferentemente dos anteriores não causarão inibição nas mudanças de crescimento tão importantes nesta fase de desenvolvimento. 

Quando indicado o ajuste da mordida pode ser tratamento adjunto de grande valia. 

Outra recomendação é a utilização de técnicas de relaxamento antes de ir para a cama para reduzir o estresse, a ansiedade e a inquietação. Crianças que caem no sono assistindo televisão ou permanecem com eletrônicos até bem tarde da noite tendem a fazer bruxismo. A higiene do sono para estas crianças as ajudará a reduzir o quadro do bruxismo. 

Os maiores desafios são apresentados por crianças com problemas de desenvolvimento. Aquelas sob medicação que possam causar bruxismo carecem de uma troca de informação com o médico responsável. 

CONCLUSÃO

O bruxismo na criança pode causar sérios danos ao sistema estomatognático e incluem fraturas dentarias, dores de cabeça, dores musculares e na articulação temporomandibular. 

 

Os Cirurgiões Dentistas devem avaliar a presença de desgastes e fraturas em dentes. Além destes sinais deve verificar em sua anamnese e avaliação clínica o modo da respiração, nasal ou bucal, hipertrofia das amígdalas e possíveis problemas psicológicos para que de forma holística se previna os efeitos danosos na saúde geral e bucal do paciente. 

Na presença de comorbidades os pacientes deverão ser encaminhados para outras especialidades médicas para avaliação e possível tratamento de problemas respiratórios, insônia, TDAH, depressão e refluxo gastroesofágico e problemas de ordem psicológica. 

 

Pais e responsáveis devem ficar atentos e observar seus filhos dormindo e levá-los para uma consulta profissional caso suspeite da presença ou predisposição a sequelas do bruxismo e patologias associadas. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Casazza E, Giraudeau A, Payet A, Orthlieb JD, Camoin A. Management of idiopathic sleep bruxism in children and adolescents: A systematic review of the literature. Arch Pediatr. 2022 Jan;29(1):12-20. 

  2.  
  3. Lobbezoo F, Ahlberg J, Glaros AG, Kato T, Koyano K, Lavigne GJ, de Leeuw R, Manfredini D, Svensson P, Winocur E. Bruxism defined and graded: an international consensus. J Oral Rehabil. 2013 Jan;40(1):2-4. 

  4.  
  5. Saulue P, Carra MC, Laluque JF, d’InBruxism defined and graded: an international consensus. Lobbezoo, F., AhlbeLobbezoo F, Ahlberg J, Glaros AG, Kato T, Koyano K, Lavigne GJ, de Leeuw R, Manfredini D, Svensson P, Winocur E. Bruxism defined and graded: an international consensus. J Oral Rehabil. 2013 Jan;40(1):2-4. 

  6.  
  7. Lang R, White PJ, Machalicek W, Rispoli M, Kang S, Aquilar J, O’Reilly M, Sigafoos J, Lancioni G, Didden R. Treatment of bruxism in individuals with developmental disabilities: a systematic review. Res Dev Disabil. 2009 Sep-Oct;30(5):809-18. 

  8.  
  9. Paesani DA, Andersen M. Bruxism : theory and practice. Quintessence Publishing. 2010.

  10.  
  11. Vernallis FF. Teeth-grinding: some relationships to anxiety, hostility, and hyperactivity. J Clin Psychol. 1955;11(4):389–391.   

  12.  
  13. Restrepo CC, Vásquez LM, Alvarez M, Valencia I. Personality traits and temporomandibular disorders in a group of children with bruxing behaviour. J Oral Rehabil. 2008 Aug;35(8):585-93. 

  14.  
  15. Saulue P, Carra MC, Laluque JF, d’Incau E. Understanding bruxism in children and adolescents. Int Orthod. 2015 Dec;13(4):489-506. English, French.

  16.  
  17. Lobbezoo F, Naeije M. Bruxism is mainly regulated centrally, not peripherally. J Oral Rehabil. 2001 Dec;28(12):1085-91. 

  18.  
  19. DiFrancesco RC, Junqueira PA, Trezza PM, de Faria ME, Frizzarini R, Zerati FE. Improvement of bruxism after T & A surgery. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2004 Apr;68

  20.  
  21. Amato JN, Tuon RA, Castelo PM, Gavião MB, Barbosa Tde S. Assessment of sleep bruxism, orthodontic treatment need, orofacial dysfunctions and salivary biomarkers in asthmatic children. Arch Oral Biol. 2015 May;60(5):698-705. 

  22.  
  23. Grechi TH, Trawitzki LVV, de Felício CM, Valera FCP, Alnselmo-Lima WT. Bruxism in children with nasal obstruction. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2008;72:391–396. 

  24.       

  25. Barbosa Tde S, Miyakoda LS, Pocztaruk Rde L, Rocha CP, Gavião MB. Temporomandibular disorders and bruxism in childhood and adolescence: review of the literature. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2008 Mar;72(3):299-314. 

  26.  
  27. Carra MC, Bruni O, Huynh N. Topical review: sleep bruxism, headaches, and sleep-disordered breathing in children and adolescents. J Orofac Pain. 2012;26:267–276.

  28.  
  29. Lavigne GJ, Khoury S, Abe S, Yamaguchi T, Raphael K. Bruxism physiology and pathology: an overview for clinicians. J Oral Rehabil. 2008 Jul;35(7):476-94.

  30.  

Está tudo certo com esta boquinha??? Dentes tão alinhadinhos!

 

Dentes alinhados não significam que a boca esteja funcionando perfeitamente!
Devemos ver como esta boquinha “funciona” e de que forma faz os movimentos mandibulares durante a mastigação, de que forma fala ou faz a deglutição.

Nesta criança há uma má oclusão que não permite movimentos mastigatórios adequados. Como consequência não há estímulo para o desenvolvimento transversal das arcadas dentárias, comprometendo não só o espaço futuro para os dentes permanentes, mas também o crescimento da face pela falta de estímulos.

O tratamento neste caso se fez com pistas diretas planas aplicadas sobre os molarzinhos de leite que em pouquíssimos meses recuperaram a função. O crescimento pode então seguir o seu curso normal.

A Ortopedia Funcional dos Maxilares tem o seu papel fundamental nesta fase em que a criança encontra-se em pleno crescimento.

 

Os Alinhadores Ortodônticos podem ser utilizados em crianças?

 

Neste momento em que os alinhadores estão tão em voga no tratamento ortodôntico de adultos, surge a questão do uso deles em crianças.

Considerando que os alinhadores ortodônticos não favorecem o desenvolvimento adequado de ossos e maxilares, o tratamento então deve ser realizado por aparelhos específicos.  A prioridade não deve ser alinhar dentes, mas guiar o crescimento. Por isto nesta fase, para crianças, a Ortopedia Funcional dos Maxilares tem um papel fundamental!

Na fase dos dentes de leite, chamada de dentição decídua, ou mesmo em uma fase mais adiantada do desenvolvimento das arcadas dentárias, aquela em que acontece a troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes, alterações importantes de crescimento estão acontecendo nas arcadas dentárias e demais ossos da face.

É possível que algumas crianças apresentem então pequenas rotações dos dentes anteriores ou mesmo leves apinhamentos dentários ou outros problemas na mordida, cuja estética cause preocupação para os pais.

Os aparelhos, quando necessários nesta fase, devem propiciar condições para que haja um crescimento ósseo favorável, liberando os movimentos da mandíbula, criando estímulos necessários para a formação óssea, de forma que quando os dentes permanentes irromperem na cavidade bucal encontrem espaços adequados nas arcadas e suas bases ósseas.

Além disto, o objetivo nesta fase é atingir um desenvolvimento saudável das articulações temporomandibulares e um crescimento facial harmônico.

As forças geradas pelos aparelhos de Ortopedia Funcional dos Maxilares através de estímulos fisiológicos favorecem uma mastigação bilateral e alternada gerando crescimento em ambas as arcadas. Além disto, estes aparelhos removem as alterações funcionais provocadas pelo mau uso da mamadeira, chupeta, ou que tenham resultado da deglutição “atípica” ou imatura ou pela respiração bucal, etc., fatores que podem ter contribuído para os “desalinhamentos” e mordidas disfuncionais.

Na dúvida, a busca de orientação e/ou tratamento deve ser feita o mais precocemente possível junto a um profissional, especialista na área de Ortopedia Funcional.

Por que é tão importante cuidar dos dentes de leite?

Muitos pais ainda creem erroneamente que como os dentes de leite serão trocados futuramente não precisam ter os mesmos cuidados dados aos dentes permanentes.

Para que uma criança desenvolva uma boca saudável, sem cáries, sem doença periodontal, ou seja, inflamação nas gengivas e tecidos de suporte é muito importante tratar os dentes de leite, também chamados de dentes decíduos. Assim a criança desfrutará de uma boa mastigação, deglutição, fonação e estética.

Os dentes decíduos são responsáveis pela manutenção dos espaços adequados para os dentes permanentes irromperem. Eles servem de guia para o posicionamento correto dos dentes permanentes.

Esta radiografia panorâmica de uma criança de 6 anos de idade mostra a presença de todos os dentes decíduos na arcada e os sucessores permanentes em formação dentro do osso.

A perda precoce dos dentes decíduos, seja por cáries, fraturas, ou mesmo por uma falta de espaço é um dos fatores para o desenvolvimento de uma má oclusão, ou seja, de uma mordida incorreta.

Da mesma forma, um trajeto incorreto na erupção dentária de um dente permanente pode causar a perda precoce do dente de leite e com isto pode também dar origem à perda de espaço para o sucessor permanente.

Esta movimentação do dente vizinho dará origem à perda do espaço do dente permanente em formação e que futuramente deveria ocupar aquele espaço.

Além disto, quando o dente de leite é perdido muito cedo, osso se forma no espaço deixado por ele dificultando a erupção do dente permanente em processo de formação para ocupar seu lugar na arcada.

Por isto uma verificação periódica dos dentes decíduos é extremamente importante!

Pode-se assim evitar tratamentos ortodônticos desnecessários no futuro ou pelo menos minimizá-los em termos de tempo de tratamento, além da possibilidade de receber tratamentos mais conservadores.

Não pode ser subestimado esta fase tão importante do crescimento e desenvolvimento das arcadas.

Tem dúvidas, não hesite em obter informações sobre o assunto.

TRATAMENTO ORTODÔNTICO PARA ADULTOS

Há muito tempo que Ortodontia não é somente para crianças e adolescentes!

Hoje a cada cinco pacientes em tratamento ortodôntico um é adulto. Ninguém é tão avançado em idade que não possa ter a sua função mastigatória tratada e principalmente ter um sorriso cuja estética faça parte do seu bem estar.

Adultos procuram tratamento pelas mesmas razões que as crianças. Alguns adultos tiveram problemas ortodônticos quando crianças, mas não tiveram oportunidade de tratar no passado. Outros tiveram tratamento na infância ou adolescência e devido à recidiva ou limitações de tratamentos anteriores necessitam retratamento.

Benefícios do tratamento:

Os adultos podem se beneficiar do tratamento de várias formas, e incluem:

– Alinhamento dos dentes para criar um sorriso mais estético e mais jovem.

– Correção de recidiva pela falta do uso das contenções em tratamentos

anteriores.

– Melhorar a capacidade de higienização especialmente nos casos de dentes

com apinhamento ou falta de espaço.

– Criar uma mordida mais confortável e funcional

– Preparar as arcadas dentárias previamente à reabilitação bucal com

implantes e próteses.

Escolha do aparelho:

Muitos adultos preferem a aparência tradicional dos bráquetes de metal.

Mas hoje existem os alinhadores “invisíveis”, aparelhos transparentes, cuja tecnologia consiste da fabricação de alinhadores removíveis, fabricados através de imagens 3D para alinhar os dentes. Começam com um diagnóstico e planejamento virtual para confecção das placas ortodônticas alinhadoras. São muito estéticos e confortáveis. Não comprometem a fala e a rotina diária.

Além disto, existem também as opções de tratamentos com bráquetes  estéticos. De cor semelhante ao dente tornam-se mais discretos.

A tecnologia disponível no presente, independentemente da escolha do aparelho, contribui para tratamentos mais curtos e mais eficientes.

Dispomos destes diversos tipos de aparelhos, ultramodernos e adequados para cada tipo de tratamento e necessidade pessoal.

Nunca é tarde para iniciar! Esta sensação de bem estar começa com seu sorriso e harmonia entre os dentes, lábios e ossos dos maxilares. O tratamento não só torna a boca mais saudável, mas restaura o seu bem estar e a capacidade de se sentir confortável com sua mordida.

Invista em você! Feliz sorriso novo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Check up ortodontico: Já é hora?    

Quando se pensa em Ortodontia normalmente se pensa em adolescentes!

Com tratamentos mais precoces, temos a oportunidade de avaliar o desenvolvimento das arcadas dentárias, detectar hábitos e outras interferências indesejáveis que estejam comprometendo a mordida e o alinhamento dentário durante a fase quando a criança apresenta ainda dentes de leite.

O tratamento então será ortopédico-funcional, se necessário.

Ao redor dos 3 anos a criança já tem a dentadura de leite completa e a partir desta idade até os 6 anos ocorre um surto de crescimento facial bastante importante. Esta é uma época excelente para um primeiro exame ortodôntico!

Algumas crianças podem evitar extrações de dentes permanentes no futuro, evitar aparelhos ortodônticos mais complexos e até mesmo cirurgias quando medidas preventivas são tomadas no momento certo.

Por que isto é importante?

Diante de alterações nas funções bucais, deglutição, mastigação, problemas na postura da língua, a intervenção precoce através da Ortopedia funcional dos maxilares trará modificações extremamente benéficas não só nas arcadas dentárias, mas na face como um todo.

Através desta primeira consulta e exames necessários os pais poderão saber da formação ou não de todos os dentes permanentes e verificar se a sequência de erupção favorece ou não um bom posicionamento nas arcadas. Além disto, obter informações a respeito de aspectos importantes como higiene bucal, mastigação, hábitos bucais, respiração, postura corporal, dentro de uma conduta preventiva e às vezes multidisciplinar.

E ainda, se a criança necessitar de aparelhos fixos na adolescência, este acompanhamento fará com que o tratamento inicie na época exata para que o tratamento ortodôntico seja então mais breve e se obtenha os melhores resultados.

Seja bem vindo a uma consulta e a realização de um exame ortodôntico!

Tratamento ortopédico funcional: Por que iniciar precocemente?

Faz-se necessário enfatizar a necessidade de intervenção na infância, em fase bem precoce, considerando-se que mais de 60% do crescimento da face de uma criança acontece antes dos 6 anos de idade e quase 80% de suas dimensões transversais já estão estabelecidas nesta fase.

Há estudos que afirmam que dos 3 aos 6 anos as crianças apresentam um surto de crescimento facial maior do que aquele que acontece na adolescência, no estirão pré-puberal.

Através de aparelhos removíveis estímulos de curta duração e baixa intensidade são capazes de produzir modificações ósseas, nos músculos e na posição dos dentes.

Nem sempre o tratamento precisa de aparelhos. Pistas diretas construídas nas arcadas dentárias podem ser indicadas em alguns casos promovendo da mesma forma o equilíbrio das funções bucais.

O objetivo é remover as interferências indesejáveis durante o crescimento e desenvolvimento agindo na prevenção, na eliminação de hábitos bucais prejudiciais e principalmente atuando com técnicas não invasivas que fazem o treinamento da musculatura bucal.

A desarmonia no tamanho das arcadas e as alterações dentárias podem ser de origem hereditária, porém, a maioria dos desequilíbrios dentários e da face resultam de problemas miofuncionais ou seja, mau funcionamento da musculatura bucal, decorrentes de maus hábitos. São comumente associados com respiração bucal.

Esta radiografia de uma criança de 7 anos de idade demonstra um retrognatismo severo (mandíbula pequena), dentes superiores protrusos que trazem dificuldades para executar o fechamento labial favorecendo a instalação de desequilíbrios miofuncionais.

Da mesma forma que o tratamento busca o equilíbrio funcional e esquelético, hábitos indesejáveis, ou estímulos não fisiológicos, tem um efeito oposto.

O uso de chupetas, mamadeiras inadequadas, um padrão anormal de deglutição denominado também de deglutição atípica, ou imatura, respiração bucal , hábitos incorretos na mastigação, alterações posturais, interferências dentárias, etc. podem levar a um desequilíbrio funcional – função da língua, lábios e postura mandibular.

Por isto enfatizamos as medidas preventivas que começam já no recém- nascido.

A amamentação quando feita no seio materno é a primeira ginástica facial que faz com que os ossos da face possam ser estimulados corretamente favorecendo também a respiração pelo nariz e o desenvolvimento do terço inferior da face (mandíbula).

Mais tarde com a introdução de uma mastigação correta na quais  alimentos fibrosos, duros e secos são colocados na dieta haverá o estímulo de crescimento transverso da maxila e mandíbula. Com estes cuidados teremos arcadas mais desenvolvidas para que todos os dentes encontrem espaço e a língua possa executar adequadamente as suas funções de deglutição, fonação com postura correta.

O tratamento ortopédico funcional está indicado desde a primeira dentição, ou seja, na dentição de leite que está estabelecida ao redor dos 3 anos ou mesmo na dentição mista, fase em que ocorrem as trocas dentárias.

A atuação ortopédica funcional deve ser iniciada muito antes que o paciente apresente todos os dentes permanentes na arcada!!!

Da mesma forma que a plasticidade óssea ou o remodelamento ósseo responde negativamente aos maus hábitos com alterações indesejadas na forma e tamanho das arcadas, os aparelhos ortopédicos podem reverter às forças musculares atuantes e normalizar a forma e a função.

Quando a mandíbula é muito pequena, por exemplo, e é posicionada para traz no perfil facial é comum o lábio inferior se colocar atrás dos incisivos superiores. O resultado é adverso para o crescimento mandibular. As funções bucais (fala, deglutição, mastigação) ficam seriamente prejudicadas.

A utilização de um aparelho ortopédico funcional instalado em fase precoce pode corrigir a postura da mandíbula, da língua e criar estímulo para a harmonização do crescimento facial. Com isto é possível melhorar a estética da face.

Assim a direção de crescimento é alterada para uma relação de equilíbrio estrutural onde maxila e mandíbula estão bem posicionadas com um resultado estético harmonioso, graças a uma intervenção em fase de crescimento precoce muito antes que seja indicado um tratamento ortodôntico ou ortodôntico-cirúrgico.

Salientamos portanto, a importância de agendar uma consulta para verificação da necessidade de tratamento. Quanto mais precoce, melhores e mais eficientes serão os resultados.

Traumatismo dentário, o que fazer?

Traumatismos dentários são bastante frequentes. Em crianças, é o segundo maior problema bucal após a cárie.

Geralmente são causados por acidentes domésticos e brincadeiras, acidentes escolares e acidentes decorrentes da prática desportiva.

A criança com os dentes para frente tem três vezes mais chance de sofrer trauma. Por estarem mais projetados no perfil, os incisivos são os primeiros a sofrer o impacto. Enquanto os danos aos tecidos moles ao redor dos dentes sejam visíveis pelo edema e sangramento resultantes, danos mais profundos precisam ser identificados, principalmente se o paciente estiver em tratamento ortodôntico ou vier a fazer tratamento no futuro.

As lesões traumáticas dentárias vão desde uma fratura na coroa dentária até casos mais graves em que ocorre avulsão do dente, ou seja, a expulsão do dente de seu local ósseo.

Em jovens e adultos os traumas dentários ocorrem com maior frequência nos praticantes de esportes, tais como corridas, futebol, esportes radicais, artes marciais ou qualquer outra atividade esportiva de contato.

A prevenção é muito importante nestes casos. Recomenda-se que estes desportistas procurem um Cirurgião dentista ou um Ortodontista para a confecção de um protetor bucal. Estes protetores são muito fáceis de usar e conferem ótima segurança.

Para as crianças com dentes protrusos recomenda-se que tenham um exame ortodôntico para avaliar a causa da protrusão dentária. O tratamento pode envolver o controle de hábitos que levaram a protrusão dentária e em alguns casos até um tratamento simultâneo com uma fonoaudióloga nos casos em que problemas funcionais da língua contribuem para os dentes serem projetados.

Na quebra da coroa do dente permanente é importante recuperar o fragmento quebrado e procurar um Cirurgião Dentista para avaliação do trauma e restauração do dente.

Traumas nos tecidos moles, língua, bochecha chamam mais atenção pelo edema e sangramento. Entretanto, mesmo que as injúrias não sejam aparentes, o dente afetado pode ter sofrido um dano irreversível na polpa (parte interna) que é rica em inervações e vasos sanguíneos. Isto pode resultar em mobilidade do dente, necrose, a morte dos tecidos da polpa com escurecimento do dente.

Além disto podem ocorrer também deslocamentos do dente para frente ou para trás com riscos de fratura da raiz ou mesmo do osso, fato que é ainda mais preocupante.

É possível até que este processo seja assintomático. Entretanto, mesmo que não haja dor, estes acidentes merecem sempre muita atenção.

Uma visita ao Cirurgião Dentista para exames radiográficos e acompanhamento é muito importante. Oportunidade para verificar não somente as fraturas presentes, mas também a vitalidade do dente, dificuldades na mastigação, etc.

Quase sempre o tratamento incluirá instruções para uma dieta mais líquida por uma ou duas semanas.

Ao iniciar um tratamento ortodôntico é corriqueiro o ortodontista perguntar sobre traumas prévios sobre os dentes. O paciente deve informar se teve quedas com impactos sobre os dentes, ou se alguma brincadeira levou a mobilidade ou sangramento no passado.

Traumas antes ou durante o tratamento ortodôntico podem acelerar a reabsorção radicular, um processo onde há perda do volume radicular, que em casos muito severos podem comprometer a permanência do dente na arcada.

Portanto, sempre que acidentes acontecerem relate este acontecimento ao seu ortodontista. Este profissional irá tomar as medidas preventivas necessárias. Para isto o acompanhamento radiográfico periódico durante o tratamento é de suma importância.

Tratando-se de dentes decíduos, ou dentes de leite, é importante verificar se danos não foram causados aos folículos dentários dos dentes permanentes em formação

               Traumas aos dentes de leite podem gerar colisão com os dentes em formação.

Nos casos de avulsão de dentes permanentes, aqueles casos em que o dente é expulso completamente do osso por conta do traumatismo é importante manter a calma!

Procure encontrar o dente perdido e segure-o de preferência pela coroa sem tocar na raiz.  Coloque-o em uma solução de soro fisiológico. Caso isto não seja possível, armazene-o em um copo de leite ou transporte-o na saliva (copo) do próprio paciente. Não armazene em água.

Procure um Cirurgião Dentista ou um atendimento odontológico de emergência o mais rapidamente possível. A reimplantação do dente no alvéolo tem um bom índice de sucesso nos primeiros 30 minutos. Lembrando que dentes de leite não devem ser reimplantados.

O Cirurgião dentista não somente administrará os antibióticos necessários, bem como fará ou encaminhará o paciente para tratamento endodôntico (canal) com um especialista.

Ortodontia x Ortopedia Funcional dos Maxilares

A Ortodontia é uma especialidade da Odontologia que atua sobre os dentes e seu posicionamento nas arcadas e, portanto, não age sobre o      crescimento e desenvolvimento esquelético. Tem como ação principal uma ação física e mecânica sobre o movimento dentário. Desta forma os dentes são posicionados corretamente nas arcadas promovendo uma função mastigatória adequada, além de agir também sobre a estética do sorriso. Podem ser fixos ou removíveis, muito embora, os fixos sejam os mais usados devido a sua versatilidade.

O aparelho constitui-se de um instrumento para o tratamento. Para isto é necessário a instalação de dispositivos (bráquetes) colados aos dentes. Podem ser metálicos ou estéticos (cerâmicos ou de safira).

Atualmente uma nova modalidade de tratamento permite a realização da movimentação dentária através dos alinhadores (aparelhos “invisíveis”).

O fundamental para o sucesso e resultados é um diagnóstico adequado e um plano de tratamento individualizado para cada paciente.

A correção obtida com a Ortodontia favorece uma boa higienização bucal e previne perdas ósseas e dentárias provocadas pela doença periodontal, ou seja, a doença que acomete os tecidos de sustentação dos dentes.

Como resultado o paciente tem melhora significativa na sua saúde bucal e a possibilidade de que os dentes e tecidos de suporte possam perdurar a vida toda.

A Ortodontia é uma especialidade exercida por Cirurgiões Dentistas que realizaram um curso de especialização de 2 ou 3 anos, além dos anos de formação no curso de graduação em Odontologia.

A Ortopedia Funcional dos Maxilares outra especialidade da Odontologia, atua sobre o crescimento e desenvolvimento dento-facial. Age através de aparelhos que liberam estímulos de baixa intensidade que provocam modificações ósseas, musculares e dentárias influindo sobre a mastigação, deglutição e fonação. Os aparelhos utilizados são todos removíveis.

Estes aparelhos produzem estímulos na rede de neurônios sensoriais da boca que levam uma mensagem até o sistema nervoso central que, por sua vez responde com uma ação sobre o osso, funcionamento muscular e articular trazendo novamente o equilíbrio do sistema buco-facial.

Estes aparelhos podem também ser lúdicos por seu aspecto colorido, razão pela qual tornam-se muito atraentes para as crianças.

Uma das características destes aparelhos é a possibilidade de intervir já nos primeiros anos de vida.